Pages

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Qualidade da Carne



Acordo entre Brasil e União Européia sobre bem-estar de animais projeta melhorar qualidade da carne

Grupo de trabalho será formado para intercâmbio regular e informações e cooperação técnica
Matéria do Canal Rural BR - 24/01/13

Foto: Divulgação / RuralBR
Grupo trocará informações para produção

Brasil e União Européia vão constituir grupo de trabalho para intercâmbio regular de informações e cooperação técnica para o bem-estar de animais de produção. A assinatura do acordo foi feita nesta quinta, dia 24, durante a 6ª Cúpula Brasil-União Européia.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Célio Porto, os técnicos brasileiros terão oportunidade de trocar experiências com profissionais especializados no tema.

— Na União Europeia estão os mais avançados na área — disse.

O bem-estar de animais de produção se refere aos cuidados que devem ser tomados com os animais, desde o nascimento até o momento do abate. De acordo com o Mapa, o manejo inadequado, além de causar estresse e sofrimento desnecessário, afeta diretamente a qualidade da carne em fatores como cor, pH, consistência e tempo de prateleira, entre outros.

Porto destacou ainda, que o Brasil ainda tem “duas pendências” com a União Europeia em relação às exportações de carne bovina. A primeira trata da exigência de certificação individual de propriedades, que não é cobrada de outros países.

— Não tem fundamentação científica — argumentou o secretário.


O secretário do Mapa disse que o número de propriedades credenciadas para exportar carne bovina para a União Europeia caiu de 12 mil para cerca de três mil após a exigência da certificação.

A outra pendência, de acordo com Porto, está relacionada à cota de exportação de cortes nobres, que o Brasil não consegue atingir nem 10% devido à exigência de que o gado seja alimentado 100% por pastagem.


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta




Diversificação e rotação das atividades de dentro da propriedade favorecem todos os sistemas integrantes, afirma pesquisadores da Embrapa

Íntegra do texto de Wandell Seixas - Diário da Manhã

 “O preparo convencional do solo mediante aração e gradagem, seguido de práticas conservacionistas que minimizam a perda de solo pelo processo erosivo, pode ser substituído com vantagens pelo sistema de plantio direto, sem que haja revolvimento do solo pelas práticas de aração e gradagem.” A enfática declaração é de Carlos Eugênio Martins e Marcos Cicarini Hott, pesquisadores da Embrapa Gado de Leite, procurando induzir os produtores à adoção de novas tecnologias.
Para isso, acrescentam eles, há necessidade da cobertura vegetal que precede ao plantio, normalmente pastagens, seja dessecada, pelo uso de herbicidas promovendo sua morte, cobrindo o solo e protegendo-o dos efeitos danosos da erosão. “Esta palhada remanescente ao se decompor devolve ao solo os nutrientes extraídos pela pastagem, possibilitando por meio da decomposição e mineralização das raízes a formação de muitos canalículos, responsáveis pela condução de água e nutrientes a camadas mais profundas do solo, além de aumentar a aeração do mesmo”, salientam.
 Fonte: www.agroevento.com

Aliado ao sistema de plantio direto surge o sistema de integração lavoura-pecuária e mais recentemente a integração lavoura-pecuária-floresta. Segundo manifestação de ambos, “conceitualmente o sistema iLPF constitui-se na diversificação e rotação das atividades de agricultura, de pecuária e de floresta dentro da propriedade, constituindo um mesmo sistema, com benefícios para ambas”. E salientam que resumidamente pode ser considerado como um sistema que potencializa o uso do solo.
Seus principais objetivos são: recuperar ou reformar pastagens degradadas; reduzir degradação do solo e quebrar ciclo da monocultura, de pragas e doenças; produzir pasto, forragem conservada e grãos para alimentação animal na estação seca, madeira e palha para o plantio direto; diminuir a dependência por insumos externos; aumentar a estabilidade de renda do produtor e reduzir os custos tanto da atividade agrícola quanto da pecuária, com impactos sobre a sustentabilidade no uso dos recursos naturais (menos erosão e melhor qualidade do solo e da água) bem como menor pressão para abertura de novas áreas, implicando na preservação de matas, flora e fauna.
Diante desta importante contribuição que a integração lavoura-pecuária-floresta oferece para o sistema solo-água-planta, a Embrapa, por meio de Embrapa Transferência de Tecnologia, implantou o programa “Transferência de tecnologias para sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta”. O trabalho é em parceria com a Bünge e com a participação efetiva de 30 unidades da Embrapa, contando com o apoio efetivo da Emater, universidades e instituições de pesquisa de âmbito estadual. O programa já implantou 192 unidades de referência tecnológica, que tem como principal objetivo avaliar o desempenho do sistema iLPF em vários Estados, inclusive Goiás.
O trabalho desenvolvido no programa de “Transferência de tecnologias para sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta”, na opinião daqueles pesquisadores, vem consolidar a expectativa que envolve a importância sobre a sustentabilidade do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta para o agronegócio brasileiro.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Tecnologia a favor do produtor



Maiores cuidados com adubação aumenta em 300% a produtividade de lavouras e pastagens em Santa Catarina

Análise do solo ajuda a avaliar a acidez e a quantidade de nutrientes que há na terra a fim de saber a quantidade e o tipo de adubo necessários
Eduardo Cristofoli / Agência RBS Chapecó (SC)

A alta produtividade dos grãos no município de Abelardo Luz, em Santa Catarina, é referência para o país. Nos ensaios feitos nos campos experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri), em Chapecó, a diferença de produtividade entre os locais que recebem boa adubação e aqueles em que simplesmente é jogada a semente é de 300%.
Para saber a quantidade e o tipo de adubo necessários, uma opção é a análise do solo. Trata-se de uma forma de avaliar a acidez e a quantidade de nutrientes que há na terra.
Na propriedade do produtor de grãos Eli Lise, já foram colhidas até 250 sacas de milho por hectares. De soja, é comum ele colher 70 sacas por hectare.

 Marielise Ferreira / Agência RBS

– Não se deve ter medo de adubar. O que você dá para a terra ela devolve – explica Lise.
Além da prática de fazer a rotação de cultura, de três em três anos ele faz um estudo aprofundado de como está à lavoura. É a correção de precisão.
Eli Lise recolhe cerca de 50 amostras de terra nos cem hectares da propriedade. O uso do GPS permite saber o ponto exato em que cada amostra foi feita. Antes, quando ia aplicar um produto, o passava em toda a lavoura. Agora, apenas no ponto em que os resultados das análises feitas em laboratório indicam.
– Eu ia aplicar 150 toneladas de calcário. Fomos fazer a análise e precisou apenas de cinco toneladas. Eu ia jogar 145 toneladas sem precisar. Vale a pena, porque com a análise na mão não tem como errar – defende o produtor de grãos. 
As dicas para aumentar a produtividade por área não serve apenas para as lavouras, mas também para as pastagens, garantindo assim uma boa alimentação para o gado de leite.
– Normalmente o pessoal não aduba as pastagens. O que der vai dando. Mas não é bem assim. A pastagem exige igual às lavouras de grão uma análise do solo– diz o pesquisador da Epagri Mario Miranda.
Em locais que recebem adubo orgânico ao invés do químico, a pastagem fica maior e mais verde.
– Sabendo trabalhar com a adubação orgânica, ela produz tanto quanto a química. Pelas características da região que tem aves, suínos e bovinos, o resíduo pode e deve ser utilizado tanto nas lavouras de pastagem quanto de culturas – ensina Miranda.
Em 2011 Santa Catarina pulou do sexto para o quinto lugar no ranking nacional de produção de leite. Tem gente confiante que este ano o Estado ultrapasse Goiás, que atualmente é o quarto colocado do ranking.