Você conhece a lenha ecológica?
Embrapa Agroenegia incentiva o uso de briquetes de resíduos agrícolas, produzidos a partir de casca de arroz, amendoim e bagaço de cana.
Por Alana Fraga
Casca
de arroz, bagaço de cana, casca de amendoim e pinhão-manso e resíduos
de eucalipto são algumas das matérias-primas usadas na produção dos
briquetes. (Foto: Alana Fraga / Editora Globo)
A substituição da lenha como fonte de energia pelos briquetes (lenha ecológica com potencial energético superior) está sendo estimulada pela Embrapa Agroenegia.
Casca
de arroz, bagaço de cana-de-açúcar, casca de amendoim e pinhão-manso e
resíduos de eucalipto e taxi branco são algumas das matérias-primas usadas na produção dos briquetes. No Brasil, segundo levantamento da Embrapa, existem cerca de 20 indústrias
– 40% delas em São Paulo e 35% nos Estados da região Sul do país - que
produzem cerca de 7,4 mil toneladas de briquetes por mês. Como o poder calorífico dos briquetes é de 1,8 a duas vezes maior do que o da lenha, o volume produzido equivale a cerca de 14 mil toneladas de lenha.
“A composição básica dele é a mesma da lenha, mas como ele é mais compactado e mais denso,
tem um potencial calorífico maior. Por isso estamos fazendo esse
trabalho de promoção, para que essa tecnologia seja mais utilizada no
Brasil, principalmente para aproveitar melhor os resíduos agrícolas, agroindustriais e florestais”, explica o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Manoel Sousa Dias.
Além disso, por serem mais compactos, os briquetes também levam vantagem no transporte, manuseio e armazenagem.
A melhor aplicação do uso dos briquetes é feito por estabelecimentos comerciais que utilizam fornos a lenha,
com padarias e pizzarias. Para se ter um exemplo, uma padaria com forno
pequeno usaria cerca de 3 toneladas de lenha por mês ou 1,5 toneladas
de briquetes. O custo de uma tonelada de briquete de serragem de madeira varia de R$ 250 a R$ 300, e o de casca de arroz cerca de R$ 300. Aproximadamente 20% das famílias no Brasil ainda fazem uso de fogão a lenha.
Apesar de produzir gás carbônico, assim como a lenha e outras fontes de energia, Dias destaca que os briquetes otimizam o uso de resíduos que já iriam produzir o CO2 durante seu processo de decomposição. “Estamos gerando gás carbônico
a partir de um resíduo que pelo seu próprio processo de degradação já
iriam produzir gás carbônico. O que estamos fazendo é dar um aproveitamento mais eficiente a esses resíduos e evitando o corte tanto da lenha nativa como a de reflorestamento para esse aproveitamento”, afirma Dias.
Fonte: revistagloborural.globo.com