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quinta-feira, 16 de maio de 2019

A importância de um bom manejo de solo

Um bom produtor rural seja na pecuária ou na agricultura é aquele que consegue produzir de forma eficiente utilizando todos os nutrientes existentes no solo e garantindo seu ciclo natural ano após ano. O solo é um componente básico para grande parte das atividades agropecuárias e seu manejo e conservação são fundamentais o desenvolvimento de qualquer cultura.
Nas últimas décadas, no entanto, no Brasil grandes extensões de áreas apresentam sinais evidentes de degradação e empobrecimento de seus solos. O uso intensivo, o desmatamento descontrolado, as ultrapassadas práticas de queimadas além dos fatores climáticos como secas severas contribuem para esse panorama de degradação.
Por outro lado, a ciência vem disponibilizando diversas ações de manejo e conservação do solo as quais podem e devem ser praticadas pelos produtores para garantir o ciclo químico e biológico de suas terras. Já se sabe atualmente que a conservação dos solos é muito mais barata e eficiente que sua recuperação depois de degradada. Nessa linha de raciocínio é importante pensar que o manejo adequado que busque a conservação do solo garante economia e resulta numa maior produtividade para o produtor rural, seja ele produtor de commodities, agricultura familiar ou pecuarista, diga-se “produtor de pasto”.
É fundamental a adoção de medidas que garantam a preservação e o cenário ideal para isso seria a propriedade rural estabelecer um programa contínuo de processo produtivo sem danificar o meio ambiente. Ao contrário do que se pensa num primeiro momento, isso é possível para qualquer nível de produtor e ainda, é exigido pela legislação ambiental, o que pede um adendo ao assunto: lembrar que atualmente quase todas as linhas de crédito disponíveis para a produção agropecuária incluem exigências ambientais como registro atualizado no CAR – Cadastro Ambiental Rural, e suas implicações como regularidade das Reservas Legais e da Áreas de Proteção Permanente – APP’s, como as nascentes, cursos d’água e encostas de morro por exemplo.
Respeitar as características dos recursos naturais é fundamental, pois são eles, aliados a práticas de conservação e manutenção que proporcionam alta produtividade e ainda a garantia da fertilidade para os ciclos futuros.
Vários são os fatores que podem degradar o solo como a utilização de técnicas inadequadas de utilização da terras como o desmatamento, a monocultura repetitiva, os quais trazem associadamente a possibilidade de erosão, aumento da salinidade do solo e até processos de desertificação, como já se observa em trechos do Cerrado e da Caatinga no Brasil. No Brasil o fator mais importante ainda continua sendo a ausência da prática de conservação tanto do solo quanto da água, uma vez que durante muito tempo foi prática comum desmatar para formar pastagens, as quais ficavam sem manejo por décadas, assim como avançar sobre os mananciais.
Fonte: Sitio Vale da Seriema.
Mas é importante saber que há possibilidade de recuperação para tudo, tecnologia pra isso não falta, e com condições de aplicação para qualquer produtor em qualquer parte do país, mas que precisam de conhecimento da área, desprendimento e boa vontade.

Principais técnicas de manejo do solo
O primeiro passo para a execução de qualquer técnica de manejo e conservação solo é o planejamento, compreendendo que a utilização de cada técnica conhecida deve ser ajustada ao potencial produtivo de cada região, propriedade ou mesmo da atividade. Ou seja, para a escolha da técnica adequada é preciso levar em consideração as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e sua utilização, as pressões que esse solo sofrerá.
São várias as técnicas existentes que podem aumentar e manter a potencialidade produtiva dos solos, mas todas elas envolvendo o controle de erosão. Algumas das mais simples são o chamado Preparo convencional no qual a camada do solo é invertida, com a utilização do arado, processo recomendado apenas quando poucas características na superfície do solo precisam ser reparadas. Muito parecido com o Preparo mínimo quando é utilizado um implemento revolvendo minimamente os resíduos deixados no solo pela rotação de cultura anterior, havendo o mínimo de intervenção para o próximo cultivo. No Plantio direto as sementes são espalhadas por uma semeadora diretamente em cima da palhada restante do cultivo anterior, que foi mantida para proteger o solo e aumentar a matéria orgânica disponível, é um pouco diferente do Plantio semi direto que mesmo muito semelhante à técnica anterior, a realização da semeadura na superfície ocorre com poucos resíduos dos cultivos anteriores. 
Portanto, não é prudente protelar a conservação do solo, os benefícios como visto, são inúmeros e são vantajosos para todo mundo, seja para o consumidor, o meio ambiente e para o produtor que é o primeiro a se beneficiar. 
Aos primeiros sinais de erosão como os sulcos de “trieiros” gado por exemplo, de degradação como o aparecimento de ervas daninha ascenda o alerta, procure um profissional especializado para a realização de um diagnóstico completo da área que foi afetada, que envolva todos os possíveis fatores associados. Um bom trato envolve ainda o terraceamento correto com curvas de nível bem planejadas e bem construídas que vão evitar grandes enxurradas na área e ainda permitir sua infiltração no solo.
Fonte: Sitio Vale da Seriema.
Uma boa adubação é uma das formas mais práticas e simples de melhorar as características de um solo e de corrigi-las quando necessário, o que pode garantir melhor fertilidade do solo, infiltração e retenção de água e equilíbrio de nutrientes.
A rotação de culturas vem sendo utilizada com sucesso, sendo um processo que melhora o aproveitamento da fertilidade do solo pelo aprofundamento diferenciado das raízes e das necessidades diversas de cada cultura que é inserida no projeto, o que melhora a drenagem, garante diversidade biológica e facilita o controle de pragas.
A eliminação total e imediata das queimadas. Mesmo que ainda haja produtores que a consideram de fácil utilização para limpeza de áreas os prejuízos causados por essa prática são imensos a começar pela queima da matéria orgânica, diminuição do nitrogênio que vai diminuir a fertilidade do solo, sem contar no risco de produzir acidentes sérios.
Por fim, mesmo sendo considerada cara, a irrigação é uma técnica cada vez mais empregada para a melhoria da qualidade do plantio, permitindo manter os níveis umidade uniformes durante a maior parte do ano, o que é importante principalmente em áreas do Centro-Oeste e Nordeste brasileiros, tão castigados por longos períodos de seca.
Portanto, como explanado acima, existem diversas técnicas de fácil aplicação para a conservação dos solos, muitas das quais não demandam nem mesmo grande aporte financeiro, ou mesmo, que podem ser aplicadas por partes na propriedade, de forma isolada ou em conjunto.