Aprovada criação do CONSECARNE
As recentes discussões setoriais realizadas pelo país buscando maior equilíbrio no mercado da carne já começa a dar resultados. Na tarde de ontem (23 de junho), em reunião realizada em São Paulo, representantes da ABIEC (Associação Brasileira da Indústria da Carne), da FENAPEC (Frente Nacional da Pecuária) e outros interessados no assunto aprovaram a criação do CONSECARNE (Conselho Paritário Pecuaristas-Frigoríficos) ou simplesmente Conselho Nacional da Carne. A principal meta do conselho é a discussões das chamadas agendas positivas, as quais têm como objetivo maior a regulação do preço do boi no mercado.
O conselho foi inspirado em outros exemplos como o Consecana, o qual vem atingindo um equilíbrio de interesses entre os produtores e usineiros, além de outros setores que já seguiram o caminho, como a cadeia leiteira e de outros setores da agricultura.
A situação dos criadores se agrava a cada ano com o empobrecimento de forma generalizada em função da baixa remuneração da arroba do boi, o que acaba obrigando muitos a mudarem para outras atividades. É importante alinhar o mercado e sanar divergências entre a indústria da carne e o principal elo do setor, o produtor, principalmente em relação ao preço, métodos de pesagem e classificação das carcaças e outros vários detalhes.
O setor industrial já havia se manifestado favorável à criação do conselho e regulação do setor, o que era uma preocupação dos produtores, principalmente em relação a JBS (por conta de uma tendência à formação de cartel). Estiveram presentes na reunião tanto representantes do JBS e Marfrig, os quais aprovaram a ideia. Outro apoio importante foi obtido junto ao Congresso Nacional, através da Frente Parlamentar da Agropecuária, o qual realizará audiências públicas visando o fortalecimento do setor, tão logo termine o recesso parlamentar em agosto.
Em entrevista ao Jornal Diário da Manhã (Goiânia), o presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA), Ricardo Yano, disse que a formalização oficial do Conselho ainda poderá demorar alguns meses para acontecer.
Segundo Yano esse é “Um quadro complexo”, uma vez que envolve além dos pecuaristas, também os varejistas, e vários outros setores da cadeia produtiva no País inteiro, incluindo aí os frigoríficos.
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