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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Zebu leiteiro em destaque

Cientistas brasileiros desvendam o genoma do Zebu Leiteiro

Fonte: EMBRAPA Gado de Leite (www.cnpgl.embrapa.br)

O sequenciamento do genoma do Gir Leiteiro e Guzerá será apresentado durante a Expozebu, em Uberaba

Menos de três anos após a divulgação do mapeamento do genoma bovino, realizado pela comunidade científica internacional, o Brasil apresenta os primeiros resultados do sequenciamento do genoma de animais de raças zebuínas para leite (Gir Leiteiro e Guzerá). O anúncio será feito no dia quatro de maio, em Uberaba, às 14h30, durante a Expozebu - uma das maiores exposições pecuárias do mundo.
Este é o primeiro projeto de sequenciamento de um grande genoma realizado totalmente no Brasil. "Todos os processos foram desenvolvidos inteiramente no País e a tecnologia será capaz de gerar saltos de produtividade e de qualidade, contribuindo para o crescimento sustentável da pecuária nacional", diz o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marco Antonio Machado.
"Com este trabalho, a pesquisa nacional mostra que está em sintonia com os avanços científicos mundiais e tem capacidade de responder rapidamente às demandas do setor produtivo", diz o chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Gado de Leite, Rui da Silva Verneque. Em abril de 2009, o sequenciamento do genoma bovino foi noticiado pela revista Science. A pesquisa envolveu cerca de 300 cientistas de todo o mundo (inclusive pesquisadores brasileiros).

O animal objeto daquele estudo foi uma vaca da raça, que pertence à subespécie Bos taurus taurus, de origem europeia, assim como as raças Holandesa, Jersey e Pardo Suíço. Os animais da Raça Gir e Guzerá são da subespécie Bos taurus indicus. "De origem indiana, esta segunda subespécie tem grande importância econômica para o Brasil e países de clima tropical", diz Verneque. "São animais rústicos e se adequam melhor às regiões de temperaturas mais elevadas", explica.

Por estas características, a comunidade cientifica nacional acredita ser muito importante conhecer o genoma do gado zebuíno. "Ao descobrir quais as diferenças genéticas entre as raças europeias e indianas, poderemos subsidiar os estudos de melhoramento genético dos rebanhos zebuínos", afirma Marcos Vinícius G. B. da Silva, também pesquisador da Embrapa Gado de Leite e coordenador do projeto. Segundo o pesquisador, "o mapeamento possibilitará o desenvolvimento de ferramentas específicas para a seleção de animais zebuínos".
A maioria do gado bovino no Brasil é formada pelo Zebu (Nelore, Gir, Guzerá e Indubrasil) e seus mestiços com raças europeias. Segundo os pesquisadores, o genoma foi fragmentado em pequenos pedaços para a produção das sequências de DNA. Foram gerados dados que cobrem mais de 10 vezes o tamanho do genoma de cada animal, necessários para uma boa montagem da sequência. Já foram identificadas diferenças significativas entre o genoma do Gir Leiteiro e Guzerá em relação ao gado europeu. No momento estão sendo identificados os marcadores moleculares que serão utilizados para a seleção de animais geneticamente superiores.

Na sequência dos estudos, será realizado o mapeamento das raças Sindi e da raça sintética Girolando. O trabalho é coordenado pela Embrapa Gado de Leite e envolve a Universidade Federal de Minas Gerais; a SECTES; os Polos de Excelência do Leite e Genética Bovina; Fiocruz - Instituto René Rachou, Epamig e as associações de criadores.

O anúncio será feito no estande do Programa de Melhoramento Genético de Zebuinos (PGMZ), da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ). O evento contará com a presença do secretário de Estado de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (SECTES) de Minas Gerais, Nárcio Rodrigues, do chefe geral da Embrapa Gado de Leite, Duarte Vilela, da coordenadora do Polo de Excelência em Genética Bovina de Minas Gerais, Dra. Beatriz Cordenonsi Lopes e de representantes da UFMG e Fiocruz (parceiros do projeto).


Rubens Neiva (por e-mail)

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