A exemplo de inúmeras entidades de classe do setor agropecuário brasileiro, a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, em nota veiculada em seu site na internet se manifestou sobre o polêmico samba enredo da escola de samba Imperatriz Leopoldinense. Confira abaixo a nota na íntegra.
ACNB ressalta importância do
agronegócio
O agronegócio segurou a economia brasileira no pior
ano da história econômica dos últimos 50 anos. Essa frase é de um dos maiores
especialistas do setor no País, José Luiz Tejon. Mas infelizmente, essa tão
importante participação não será evidenciada na maior e mais conhecida festa
popular do planeta: o Carnaval.
Muito pelo contrário, estamos chocados com o samba
enredo da escola Imperatriz Leopoldinense, que vai usar seus 80 minutos na
Marques de Sapucaí, no Rio de Janeiro, para denegrir o agronegócio brasileiro,
demonstrando total desconhecimento da importância deste gerador de divisas,
renda e emprego ao País.
De forma infeliz, a escola credita todos os
problemas sociais e ambientais ao agronegócio. Diante disso, a Associação dos
Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) não poderia ignorar o fato de que o
agronegócio tem suma importância para a economia brasileira.
As áreas totais das reservas indígenas atuais
correspondem a 12,5% do território nacional, em um total de 106,7 milhões de
hectares. Já a agricultura empresarial brasileira que garante nosso alimento
diário na mesa, utiliza apenas 70 milhões de hectares, o que corresponde a
8,75% do território nacional.
Segundo um estudo da Universidade Federal de
Viçosa, há mais de 30 anos a pecuária vem reduzindo área e aumentando a
produtividade. O que chamamos de crescimento vertical. No período compreendido entre 1996 e 2013, a
produção por hectare (em @ produzida por ha) aumentou 76%, reduzindo área de
pastagens em 4,1 milhões de ha no Brasil.
A pecuária também vem apostando há alguns anos no
Sistema-Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, que permite uma produção sustentável, que integra atividades
agrícolas, pecuárias e florestais realizadas na mesma área, em cultivo
consorciado, em sucessão ou rotacionado e busca efeitos sinérgicos entre os
componentes do agroecossistema, contemplando a adequação ambiental, a
valorização do homem e a viabilidade econômica.
Em recente entrevista ao Canal Rural, o ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, disse que para preservar a
cultura indígena no Brasil, não precisa de mais terras e sim de um programa
sócio-psicológico amparado por antropólogos estudiosos do assunto, para dar
suporte ao "novo índio" que está sendo moldado pela pressão dos
tempos modernos. "Se a União quer dar terra ao índio, que
compre essa terra e indenize o produtor", afirma Maggi.
Apesar da queda no número de carteiras assinadas,
reflexo da crise política e econômica vivenciada no Brasil nos últimos anos, o
setor agropecuário foi o único a registrar um aumento de 0,9% na geração de
novos postos de trabalho formais em 2015, concluiu o recente estudo da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do
seu Instituto de Economia Agrícola (IEA).
Entre as principais atividades que geram empregos
formais no segmento agropecuário paulista, destacam-se o cultivo de
cana-de-açúcar (21,3%) e de laranja (14,3%), criação de bovinos (13,8%),
atividades de apoio à agricultura (10,4%), criação de aves (7,2%) e cultivo de
café (4,2%) que chegam a representar 71% dos empregos formais no setor.
"O levantamento realizado pelo IEA reforça o
fato de que o setor agropecuário realmente tem feito a diferença e salvado o
País no atual cenário de crise. Não fosse a agricultura, o desempenho do
comércio e da indústria teriam ocasionado queda ainda maiores no PIB do País. O
trabalho no campo tem contribuído para gerar emprego e renda à população",
afirma o secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado, Arnaldo
Jardim.
Em 2016, o campo
teve participação decisiva no maior superávit registrado pela balança comercial
brasileira desde o início da série histórica, em 1989. No último ano, a
diferença entre as exportações e importações ficou em US$ 47,7 bilhões. Ao
todo, o montante exportado pelo Brasil em 2016 foi de US$ 185,2 bilhões e as
importações ficaram em US$ 137,5 bilhões, de acordo com o Ministério da
Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
As negociações comerciais feitas pelo Mapa com 17
países, em 2016, resultaram na abertura de mercado para 22 produtos
brasileiros. Os destaques foram as conclusões de acordos para exportar
carne bovina in natura aos Estados Unidos, carne de aves termicamente processada
para a Coreia do Sul, carne de aves e suína para o Vietnã e carne bovina
termicamente processada para o Japão, de acordo com balanço das atividades do
ano da Secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa.
No total, o comércio desses 22 produtos, com 17
países, representam US$ 8,3 bilhões anuais e, com os acordos, o Brasil se
habilitou a disputar uma fatia desse montante. As negociações fazem parte dos
esforços do Mapa para elevar de 6,9% para 10%, em cinco anos, a participação do
Brasil no comércio agrícola mundial, um mercado de US$ 1,08 trilhão por ano.
O Brasil colheu a maior safra de sua história, 185
milhões de toneladas de grãos. O volume recorde reforça a expectativa de que o
país alcance, até a próxima década, o posto de maior fornecedor de alimentos do
planeta, desbancando a liderança dos Estados Unidos. A recente arrancada no
campo, acompanhada pelo papel de destaque nos negócios da carne, não confirma
só uma vocação brasileira para celeiro do mundo, revelada nos anos 1970 com a
abertura da fronteira dos cerrados, mas também continua servindo de
estabilizadora da economia nacional.
Infeliz da Imperatriz Leopoldinense não ter se dado
ao trabalho de fazer uma simples pesquisa sobre a importância da cadeia
produtiva agropecuária do Brasil. O samba enredo seria bem mais interessante.
Fonte: www.nelore.org.br
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