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quinta-feira, 19 de julho de 2018

OS CUIDADOS NO CONTROLE DE MORCEGOS NA PROPRIEDADE


MORCEGOS
Os morcegos representam aproximadamente 1300 espécies no planeta atualmente segundo os levantamentos mais recentes. Deste universo apenas três espécies se alimentam de sangue (hematófagos), todas ocorrentes na América do Sul, porém apenas uma delas se alimenta regularmente de sangue de outros mamíferos.
Esses animais têm a capacidade de transmissão de doenças para rebanhos como a raiva, causando prejuízos ao produtor e sendo essa, talvez, a maior causa de preconceito da população rural com essa fauna tão importante para o equilíbrio dos ecossistemas. A raiva afeta diretamente o sistema neurológico do animal atacado e pode leva-lo à morte, havendo no Brasil uma estimativa de que a perda chegue a 50 mil cabeças por ano no país, números não oficiais devido à falta de padronização das notificações nas diferentes regiões do território brasileiro.
Além dos hematófagos, existem no Brasil, morcegos que se alimentam de frutas, outros que se alimentam de insetos, os que se alimentam de peixes e ainda os que se alimentar do néctar das flores. Os morcegos são animais fundamentais para o equilíbrio da natureza, pois auxiliam muito na fauna e flora servindo como dispersores de sementes, os quais são fundamentais para a regeneração de florestas, controle de infestações de insetos e outras pragas, polinização cruzada, tão importante para setores da agricultura comercial. No caso dos morcegos hematófagos, há uma importância médica uma vez que é utilizado no estudo de fármacos anticoagulantes e até mesmo de produtos anestésicos.
Portanto, em propriedades onde há problemas com a ocorrência desses animais é importante que ação a ser aplicada para prevenir ataques, sejam criteriosas para que não prejudique os morcegos uma vez que os morcegos em geral exercem um importante papel na polinização e no controle da população de insetos e seu controle feito de forma inadequada pode prejudicar várias espécies independente de sua dieta alimentar. É importante lembrar que assim como qualquer espécie da fauna silvestre, os morcegos são animais protegidos por Lei, a de Proteção à Fauna Nº 5.197 de 1967, a qual foi atualizada e novamente promulgada na Constituição de 1988. Sendo assim, sua caça, perseguição ou destruição é crime previsto em lei federal, havendo ainda versões estaduais em quase todas as unidades da federação.
A atividade de morcegos hematófagos é noturna, e quando acontece durante o dia é um possível indício de que o animal seja portador do vírus da raiva, mesmo não sendo um padrão. Caso o produtor se depare com uma situação dessa natureza deve acionar a vigilância sanitária da sua cidade.

Dicas para evitar ataques de morcegos em bovinos
Nos galpões, paióis, silos, lugares onde geralmente os morcegos se abrigam, uma medida simples e eficaz é trocar algumas telhas que normalmente são de cerâmica ou barro por algumas telhas de material transparente, geralmente de vidro ou acrílico, as quais são encontradas facilmente em lojas de materiais de construção. Essa medida permite maior entrada de luz solar no ambiente, o que naturalmente tende a afugentar os morcegos. Em ambientes onde os animais do rebanho passam a noite como estábulos, cocheiras, galpões, galinheiros, etc, é interessante instalar telas finas, daquelas próprias para insetos.
Há no mercado, com baixo custo e fácil de encontrar, aparelhos que emitem ruídos sonoros, imperceptíveis aos humanos, mas que interferem diretamente no “radar” dos morcegos, provocando desconforto e fazendo assim com que eles se afastem.
Mais uma vez, é importante lembrar que caçar, matar ou causar prejuízos à fauna silvestre é crime, punido no Brasil, com multas e diversos outros mecanismos legais, inclusive prisão, mas principalmente salientar a importância desses animais para um ecossistema equilibrado, o que só traz benefícios para uma propriedade produtiva e moderna.

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