Criação de fundo para marketing da carne
Íntegra do texto Diário da Manhã – 13/09
Líderes e representantes da cadeia produtiva ligada ao confinamento bovino no Brasil, abriram oficialmente anteontem (11), em Goiânia (GO), a 5ª edição da Conferência Internacional de Confinadores (Interconf 2012), que debaterá, em dois dias de plenárias, o eixo temático Produção de Carne: Processos desencadeiam processos.
A solenidade de abertura contou com a presença do presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Eduardo Moura, do pecuarista e diretor regional em Goiás, Ricardo Merola, do diretor da Interconf, Juan Lebrón, do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, e do secretário de Agricultura de Goiás, Antônio Flávio Lima, que representou o governador do Estado e do palestrante master e ex-ministro da Agricultura (Governo Sarney - 1987 a 1990), Maílson da Nobrega.
Conforme salientou o presidente da Assocon, Eduardo Moura, entre as propostas de trabalho nesta Conferência está a intenção de unir todos os envolvidos na cadeia da pecuária, para que seja criado um fundo participativo que possa fomentar ações mais efetivas em torno do marketing da carne bovina brasileira e da pesquisa.
“Eu costumo dizer que vendemos a carne brasileira por pura teimosia, porque é um dos únicos produtos que produzimos bem e em escala, que não tem marketing. E é justamente em função deste gargalo, que frequentemente ouvimos argumentos absurdos de que o consumo de proteína vermelha faz mal à saúde ou que engorda, enquanto outras cadeias da carne como a do frango, suínos e peixes estão trabalhando o marketing em torno de seu produto e estão vendendo cada vez mais e melhor.”
Para Moura, a Conferência tornou-se um espaço fundamental de debate pela oportunidade de troca de ideias, de intenções e de experiências e, que este ano particularmente, cuja proposta maior é debater ações e intenções que beneficiem e fortaleçam reciprocamente os três elos da cadeia produtiva da carne. “Observo que a pecuária atual está passando por um momento delicado, a pecuária vem perdendo renda e espaço seja pela exaustão das pastagens ou pelo avanço da agricultura e pela falta de renda. Por isso, muitos pecuaristas estão abandonando a atividade, preferindo arrendar suas pastagens para a ocupação da agricultura. Some-se a isso o fato de que nós perdemos também um importante comprador externo como é o caso da Europa, um mercado que melhor paga, então, nós temos vários problemas da cadeia que precisam ser discutidos.”
Moura também salientou outra questão que é de que a cadeia produtiva da pecuária não é só a carne, mas está ligada a cadeia de couro, de medicamento e de higiene pessoal. “Portanto, a ideia desta Interconf é discutir o setor como um todo, tentar balizar e diminuir os problemas ainda existentes, porque esta cadeia unida poderá fazer muito pelo futuro do setor, olhar para frente e conferir o que pode ser feito em parcerias, com a somatória de forças.”
No primeiro dia de debate, um dos assuntos de maior destaque foi em torno da liberação no Brasil do uso dos beta-agonistas – aditivos zootécnicos melhoradores da eficiência alimentar e exclusivamente recomendados para bovinos confinados, tema debatido pelos palestrantes João Palermo Neto, Prof. de Farmacologia Aplicada e Toxicologia da USP e Dante Pazzanese, diretor técnico da Assocon.
“A Interconf inspira o debate e o nascimento de várias iniciativas, sendo uma delas exatamente a liberação dos beta-agonistas, que foi discutido pela primeira vez na conferência de 2010 e que teve o parecer final a favor este ano, culminando na aprovação do protocolo de uso pelo Mapa. Isso mostra a força do evento e da classe pecuária”, destacou o gerente de negócios da MSD Saúde Animal, Thiago Arantes.
Conforme Arantes, os beta-agonistas são utilizados, há 16 anos, em 26 países e com muita segurança, o seu recente lançamento de comercialização no Brasil foi feito seguindo as orientações da cadeia produtiva com todos os órgãos competentes.
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