Pages

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sanidade Animal



Importância para Goiás

Íntegra do texto de Wandell Seixas - Diário da Manhã

A deflagração de uma campanha mais sistemática contra a brucelose e a tuberculose bovina, a exemplo do que se pratica contra a febre aftosa no Estado, é considerada como fundamental pelos criadores. E este é realmente um dos propósitos da Agência Goiana de Defesa Sanitária Animal (Agrodefesa), com o apoio do Fórum Agropecuário da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA).
As exigências de atestado de vacinação contra a brucelose e a tuberculose durante o trânsito de animais dentro do Estado foram levadas pela Agrodefesa à diretoria executiva da SGPA e seus núcleos de apoio. O sinal verde foi dado pela instituição. A medida, no entanto, ainda demorará algumas semanas para ser posta. A Agencia precisa de algum tempo para dispor de pessoal habilitado.

                                                                           Fonte: www.revistarural.com.br

A SGPA está convencida de que é importante os criadores disporem de um gado o mais saudável possível. Ricardo Yano, presidente da entidade e criador, entende que o estado sanitário do rebanho é motivo de afirmação do Brasil tanto no mercado interno quanto externo por uma “carne de qualidade na mesa do consumidor”.
Controle do trânsito de reprodutores e normas sanitárias para participação em exposições, feiras, leilões e outras aglomerações de animais compõem o elenco de exigências da Agrodefesa. As exigências do mercado global levam a isso e os criadores devem corresponder às expectativas dos consumidores. Ninguém quer ser colhido de calça curta, porque as consequências são ruins. Reconquistar mercado é tarefa árdua e o Ministério da Agricultura tem consciência disso.
Para os animais destinados à reprodução serão necessários atestados negativos para brucelose e tuberculose. Esta exigência da Agrodefesa está disposta em legislação específica de trânsito, que foi adaptada ao regulamento do programa nacional, em particular quanto aos métodos de diagnóstico utilizados, segundo a Agrodefesa na recente reunião.
A proposta da entidade governamental é pôr em prática as novas diretrizes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose em Goiás. Para tanto, a Agência, vinculada à Secretaria da Agricultura, anuncia a capacitação de 120 médicos veterinários para a realização da prova de tuberculinização.
Serão visitadas 2,7 mil propriedades rurais no Estado e aplicados 900 questionários epidemiológicos, o que permitirá localizar com precisão cada propriedade. Outra meta é tuberculinizar e promover a leitura da tuberculinização de até 36 mil bovinos adultos.
Em Goiás, o quantitativo de bezerras vacinadas contra brucelose tem aumentado a cada ano. Em uma década, saltou de 405.103 cabeças para 1.374.141 fêmeas.
A brucelose, causada pela Brucella abortus, e a tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis, estão disseminadas por todo o território nacional. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte quanto o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam também a população de bubalinos.
Nos anos de 2001 a 2004, foi realizado estudo de caracterização epidemiológica da brucelose nos estados da Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no Distrito Federal.
No Estado do Mato Grosso os trabalhos de campo já haviam sido realizados em 1998. Os resultados do estudo foram publicados no final de 2009 e mostraram que a doença está distribuída em todo o território nacional. As prevalências são mais baixas nos Estados da Região Sul e mais altas no Centro-Oeste, variando de 0,06 a 10,2%.
Quanto à tuberculose bovina, os dados de notificações oficiais indicam prevalência média nacional de 1,3% de animais infectados, no período de 1989 a 1998. Levantamento realizado em 1999, no Triângulo Mineiro e nas regiões do centro e sul de Minas Gerais, envolvendo aproximadamente 1.600 propriedades e 23.000 animais, estimou a prevalência aparente de animais infectados em 0,8%.
No mesmo estudo foram detectadas 5% propriedades com animais reagentes, sendo importante destacar que este valor subiu a 15% no universo de propriedades produtoras de leite com algum grau de mecanização da ordenha e de tecnificação da produção. Outro estudo sobre a tuberculose bovina foi realizado em 2004, no Distrito Federal, com o objetivo de determinar a prevalência da doença e das características produtivas do rebanho bovino na região.

Nenhum comentário:

Postar um comentário