Importância para Goiás
Íntegra do
texto de Wandell Seixas - Diário da Manhã
A deflagração de uma campanha mais sistemática
contra a brucelose e a tuberculose bovina, a exemplo do que se pratica contra a
febre aftosa no Estado, é considerada como fundamental pelos criadores. E este
é realmente um dos propósitos da Agência Goiana de Defesa Sanitária Animal
(Agrodefesa), com o apoio do Fórum Agropecuário da Sociedade Goiana de Pecuária
e Agricultura (SGPA).
As exigências de atestado de vacinação contra a
brucelose e a tuberculose durante o trânsito de animais dentro do Estado foram
levadas pela Agrodefesa à diretoria executiva da SGPA e seus núcleos de apoio.
O sinal verde foi dado pela instituição. A medida, no entanto, ainda demorará
algumas semanas para ser posta. A Agencia precisa de algum tempo para dispor de
pessoal habilitado.
A SGPA está convencida de que é importante os
criadores disporem de um gado o mais saudável possível. Ricardo Yano,
presidente da entidade e criador, entende que o estado sanitário do rebanho é
motivo de afirmação do Brasil tanto no mercado interno quanto externo por uma
“carne de qualidade na mesa do consumidor”.
Controle do trânsito de reprodutores e normas
sanitárias para participação em exposições, feiras, leilões e outras
aglomerações de animais compõem o elenco de exigências da Agrodefesa. As
exigências do mercado global levam a isso e os criadores devem corresponder às
expectativas dos consumidores. Ninguém quer ser colhido de calça curta, porque
as consequências são ruins. Reconquistar mercado é tarefa árdua e o Ministério
da Agricultura tem consciência disso.
Para os animais destinados à reprodução serão
necessários atestados negativos para brucelose e tuberculose. Esta exigência da
Agrodefesa está disposta em legislação específica de trânsito, que foi adaptada
ao regulamento do programa nacional, em particular quanto aos métodos de
diagnóstico utilizados, segundo a Agrodefesa na recente reunião.
A proposta da entidade governamental é pôr em
prática as novas diretrizes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da
Brucelose e Tuberculose em Goiás. Para tanto, a Agência, vinculada à Secretaria
da Agricultura, anuncia a capacitação de 120 médicos veterinários para a
realização da prova de tuberculinização.
Serão visitadas 2,7 mil propriedades rurais no
Estado e aplicados 900 questionários epidemiológicos, o que permitirá localizar
com precisão cada propriedade. Outra meta é tuberculinizar e promover a leitura
da tuberculinização de até 36 mil bovinos adultos.
Em Goiás, o quantitativo de bezerras vacinadas
contra brucelose tem aumentado a cada ano. Em uma década, saltou de 405.103
cabeças para 1.374.141 fêmeas.
A brucelose, causada pela Brucella abortus, e a
tuberculose, causada pelo Mycobacterium bovis, estão disseminadas por todo o
território nacional. Sabe-se que a brucelose atinge tanto o gado de corte
quanto o gado de leite, enquanto que a tuberculose é um problema mais sério
para os produtores de leite. Ambas as enfermidades afetam também a população de
bubalinos.
Nos anos de 2001 a 2004, foi realizado estudo de
caracterização epidemiológica da brucelose nos estados da Bahia, Santa
Catarina, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio
de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e no
Distrito Federal.
No Estado do Mato Grosso os trabalhos de campo já
haviam sido realizados em 1998. Os resultados do estudo foram publicados no
final de 2009 e mostraram que a doença está distribuída em todo o território
nacional. As prevalências são mais baixas nos Estados da Região Sul e mais
altas no Centro-Oeste, variando de 0,06 a 10,2%.
Quanto à tuberculose bovina, os dados de
notificações oficiais indicam prevalência média nacional de 1,3% de animais
infectados, no período de 1989 a 1998. Levantamento realizado em 1999, no
Triângulo Mineiro e nas regiões do centro e sul de Minas Gerais, envolvendo
aproximadamente 1.600 propriedades e 23.000 animais, estimou a prevalência
aparente de animais infectados em 0,8%.
No
mesmo estudo foram detectadas 5% propriedades com animais reagentes, sendo
importante destacar que este valor subiu a 15% no universo de propriedades
produtoras de leite com algum grau de mecanização da ordenha e de tecnificação
da produção. Outro estudo sobre a tuberculose bovina foi realizado em 2004, no
Distrito Federal, com o objetivo de determinar a prevalência da doença e das
características produtivas do rebanho bovino na região.
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