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sexta-feira, 1 de março de 2013

Mercado do Boi Gordo



As perspectivas de um ano de incertezas na pecuária de corte brasileira

Compilação de matérias veiculadas em www.ruralbr.com.br

Mesmo com pressão dos frigoríficos, São Paulo registra negócios a R$ 100 por arroba do boi gordo. Para completar as programações de abate a preços mais baixos, parte dos compradores tem fechado negócios nos Estados vizinhos, diz Scot Consultoria. Frigoríficos chegam a ofertar R$ 94,00 por arroba do boi gordo, mas negócios não são fechados.
Foto: ABCSindi/Divulgação.

Aos poucos, as ofertas de compra abaixo da referência ganham volume no mercado brasileiro do boi gordo. Em São Paulo, frigoríficos chegam a ofertar, sem sucesso, até R$ 94,00/arroba, à vista. A referência segue em R$ 98,00/arroba, nas mesmas condições, e, segundo levantamento da Scot Consultoria, há relatos de negócios efetuados a R$ 100,00/arroba, à vista.
Grande parte dos frigoríficos que pressionam o mercado paulista compõe quase toda sua programação de abate com boiadas compradas de Estados vizinhos. As escalas evoluíram praticamente um dia nas indústrias de São Paulo.
O reflexo disso pode ser visto no Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande e em Três Lagoas, houve reajuste nos preços da arroba, cotada em R$ 91,00, à vista. Foram registrados negócios também a R$ 92,00/arroba, à vista.
No mercado atacadista de carne bovina, os estoques de carne estão ajustados, com expectativa de melhoria nas vendas nos próximos dias, de acordo com os pesquisadores.

Indicador do Cepea se mantém praticamente estável em fevereiro
Os preços do boi gordo têm se mantido praticamente estáveis no mercado brasileiro em fevereiro. Entre os dias 20 e 27, o Indicador do boi gordo ESALQ/BM&FBovespa passou de R$ 98,10/arroba para R$ 97,95/arroba, ligeira queda de 0,16%.
Segundo pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), essa estabilidade persiste há várias semanas. Desde o início do ano, por exemplo, o Indicador oscilou entre a mínima de R$ 97,02 (em 8/01) e a máxima de R$ 98,40 (em 8/02). Em fevereiro, o Indicador acumula pequena alta de 0,23%, até o dia 27.

Confira as cotações do mercado no link abaixo:

Especialistas afirmam que produtor brasileiro de carne terá um ano difícil
Volatilidade dos preços das commodities agrícolas, câmbio desfavorável, surtos de doenças e restrições à exportação podem prejudicar o setor em 2013
Foto: Eduardo Ongaro
Produtores brasileiros de carne bovina, por sua vez, devem ser beneficiados por um ciclo pecuário favorável
A Fitch Ratings projetou na quarta, dia 27, que os produtores brasileiros de proteína animal terão um ano de 2013 "difícil". Em relatório, a agência de classificação de risco disse que o setor terá dificuldades em gerar lucro, fluxo de caixa e novos negócios neste ano.
– Em diferentes níveis, todos os produtores brasileiros de proteína estão expostos a riscos, incluindo volatilidade dos preços das commodities agrícolas, câmbio desfavorável, surtos de doenças e restrições à exportação – comentou Viktoria Krane, diretora da Fitch.
Os custos com ração seguem elevados para produtores de carne suína e de frango. Produtores de carne bovina, por sua vez, devem ser beneficiados por um ciclo pecuário favorável no Brasil e por preços altos da carne tanto nacional quanto internacionalmente, segundo o relatório.
Ainda de acordo com a Fitch, o ano será negativo ou neutro para o fluxo de caixa livre em razão de fatores como baixa lucratividade, capital de giro elevado e exigências de despesas de capital para sustentar o crescimento.
Produtores brasileiros de proteína captaram cerca de US$ 2 bilhões em dívida de longo prazo em janeiro de 2013. O volume, combinado com ofertas de ações no final de 2012, ajudarão as empresas a honrar os vencimentos de 2013 e melhorar o perfil de suas dívidas. Em geral, a liquidez não foi uma preocupação para as companhias de proteína em 2012, que continuarão a depender de fontes externas de financiamento em 2014 e além, concluiu o relatório da Fitch.

Preços da carne no atacado reforçam pressão de baixa no mercado do boi gordo
Mesmo diante do aumento das tentativas de negócios a preços mais baixos, cotação média da arroba segue estável em R$ 98,00, à vista, em São Paulo
Foto: Anderson Petroceli, especial, BD /
Oferta e volume de negócios no mercado do boi gordo diminuíram na terça, dia 26
As tentativas de fazer negócios a preços menores nas compras de animais para abate aumentaram em São Paulo e nas praças vizinhas, segundo pesquisa da Scot Consultoria. Com isso, a oferta e o volume de negócios diminuíram ainda mais na terça, dia 26.
Essas tentativas ganharam força devido aos preços desvalorizados da carne bovina no atacado nos últimos dias, o que têm diminuído a margem das indústrias. Em São Paulo, a referência para o boi gordo segue estável em R$ 98,00/arroba, à vista, e R$ 99,00/arroba, a prazo.
As escalas não evoluíram e atendem, em média, dois a três dias úteis.
No atacado com osso não houve variações. O boi casado de animais castrados está cotado em R$ 6,24/kg, preço 1,7% menor que há uma semana, quando a cotação estava em R$ 6,35/kg.

Preço do boi gordo em fevereiro de 2013 é o menor em três anos em valores reais na comparação com fevereiro de 2011, queda na cotação da arroba chega a 13,9%
Foto: Eduardo Viné Boldt
Cotação média da arroba do boi gordo foi de R$ 98,82 em fevereiro
Mesmo com as recentes altas na cotação do boi gordo, o preço médio da arroba registrado em fevereiro ainda é o menor em três anos, em valores reais, segundo a Scot Consultoria. Até o dia 25 de fevereiro, o preço médio em São Paulo ficou em R$ 98,82/arroba, a prazo. No mesmo mês de 2012, a cotação média foi de R$ 98,92, valor 0,1% maior.
Quando deflacionados os valores pelo IGP-DI, o valor este ano está 7,5% menor que no começo de 2012. Na comparação com fevereiro de 2011, o recuo nominal é de 3,8%. Em valores reais, a queda é de 13,9%. A arroba era negociada por R$ 114,75, em valores de hoje (deflacionados).
Os aumentos nas participações de fêmeas nos abates em 2011 e 2012 corroboram com o mercado mais ofertado e os preços menores, o que caracteriza a fase de baixa do ciclo pecuário.


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