Dificuldades dentro da porteira levam a reajuste no preço pago pelo
leite ao produtor, aponta Cepea. Na comparação com o mesmo período de 2012 valor
teve alta de 0,6%
Fonte:
www.ruralbr.com.br
Foto: Divulgação/Governo do Estado do Espirito
Santo
O preço do leite
recebido pelo produtor em fevereiro (referente à produção de janeiro) aumentou
1,35% em relação ao mês anterior, com o litro cotado na média de R$ 0,8219
(preço líquido), segundo levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da
Esalq/USP. Esse valor refere-se à média ponderada pelos volumes captados nos
Estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São
Paulo e Bahia. O preço bruto, quando se consideram frete e impostos, subiu para
R$ 0,8941/litro. O valor representa alta de 0,6% em termos reais na comparação
com o mesmo período do ano passado.
Os reajustes foram motivados pela queda da produção
em janeiro. Conforme o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-Leite), o
volume recebido por laticínios/cooperativas de sete estados recuou 2,67% de
dezembro para janeiro. Na Bahia, a queda chegou a 10,8%, a maior entre os
Estados da pesquisa. Em seguida, Minas Gerais teve captação 5,2% menor,
acompanhado de Goiás (4,6%) e São Paulo (2,4%). No Sul, a captação avançou
0,76% devido, principalmente, ao aumento da produção do Paraná (6,1%), único
estado da pesquisa que produziu mais em janeiro que em dezembro.
A menor captação reflete as dificuldades para o
produtor manter os investimentos na atividade. Conforme pesquisadores do Cepea,
insumos como o concentrado e fertilizantes ficaram levemente mais baratos no
início deste ano, mas, o custo de produção aumentou com o reajuste do salário
mínimo, que tem impacto direto nas despesas com mão de obra.
Além dos custos mais altos, outro problema apontado
pela equipe Cepea é o calor, que reduziu o desempenho produtivo dos animais na
maioria das regiões pesquisadas. No Nordeste, em especial, pesa a escassez de
forragem para o rebanho devido à estiagem prolongada. Paralelamente, agentes
consultados pelo Cepea relatam que o excesso de chuvas no Sudeste e em algumas
regiões do Sul também prejudicou o transporte de leite da propriedade até a
plataforma das indústrias.
No segmento de derivados lácteos, fevereiro tem
sido um mês de estabilidade, conforme o Cepea. Tanto o preço do leite UHT como
do queijo muçarela no atacado do Estado de São Paulo seguem praticamente nos
mesmos níveis de janeiro.
O leite UHT em fevereiro (cotação até o dia 27) tem
média de R$ 1,90/litro e o queijo muçarela, de R$ 11,42/kg, ligeiras reduções
de 0,9% e 0,15% em relação a janeiro, respectivamente. Colaboradores do Cepea
acreditam que o consumo tenda a aumentar a partir de agora, com a retomada
efetiva das aulas, e que os preços devam se recuperar. Essa pesquisa do Cepea é
feita diariamente com laticínios e atacadistas e tem o apoio financeiro da
Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de
Cooperativas de Laticínios (CBCL).
AO PRODUTOR
Em fevereiro, os preços aumentaram em quase todos
os Estados da pesquisa Cepea. A exceção foi São Paulo, onde a média foi de R$
0,9035/litro (preço bruto), com leve redução de 0,7% frente a janeiro. Já na
Bahia aconteceu o maior aumento entre os estados da pesquisa, de 7,8% (ou 6,5
centavos por litro), com o litro cotado a R$ 0,8918. Em Goiás, o aumento foi de
1,9% (ou 1,7 centavo por litro), com a média bruta a R$ 0,9223. Logo em seguida
esteve Santa Catarina, com alta de 1,54% e média de R$ 0,8772, o que significa
1,3 centavo a mais por litro.
No Paraná, o reajuste foi de 1,52% (1,3 centavo por
litro), com a média a R$ 0,8972/litro. Em Minas Gerais, com o aumento de 1,2
centavo, o litro teve média de R$ 0,9050. Por fim, no Rio Grande do Sul, o aumento
foi de 1,3% ou 1,1 centavo por litro, sendo média calculada em R$ 0,8364/litro.
Entre os Estados que não compõem a “média nacional
Cepea”, o maior aumento (1,2%) foi registrado no Espírito Santo, onde o litro
foi cotado a R$ 0,8783 (valor bruto). No Rio de Janeiro, o preço do leite
aumentou 1% (0,9 centavo), com a média indo a R$ 0,9601/litro. O preço no Ceará
teve aumento de 0,8% (0,8 centavo), chegando a R$ 0,9611/litro. Em Mato Grosso
do Sul, o preço ficou praticamente estável, com leve alta de 0,4%, com o litro
a R$ 0,8039.
Para o mês de março (produção de fevereiro), a
maior parte dos representantes de laticínios/cooperativas consultados pelo
Cepea (56% dos entrevistados, que representam 52,1% do volume de leite
amostrado) acredita em estabilidade nos preços. Já para 34% dos entrevistados
(que representam 41,9% do volume de leite amostrado), a expectativa é de nova
alta e 10% dos consultados (6% do volume amostrado) acreditam que deve haver
queda nas cotações.
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